ReDiPE: Revista Diálogos e Perspectivas em Educação
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<p style="text-align: justify;">A<strong> ReDiPE: Revista Diálogos e Perspectivas em Educação </strong>é uma publicação digital de livre acesso e gratuita, semestral, da Faculdade de Educação do Campo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (FECAMPO/UNIFESSPA), Marabá, Pará, Brasil. Este periódico nasce da necessidade de reunir vozes que defendam uma produção de conhecimentos mais democrática, a partir de diálogos entre fazer científico e modos de produção e apropriação de conhecimentos oriundos das lutas sociais por educação de qualidade. Neste sentido, o foco principal é o de fomentar o debate multitemático e interdisciplinar que envolva movimentos sociais, campesinato, educação, sociedade, cultura, natureza e prática docente. A revista tem missão de divulgar textos que agenciem uma produção científica compromissada em provocar o debate sobre questões contemporâneas, resultantes de reflexões teóricas, ações pedagógicas e experiências exitosas, que levem em conta a participação social, política e emancipatória dos sujeitos envolvidos na construção deste processo.</p>Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA)pt-BRReDiPE: Revista Diálogos e Perspectivas em Educação2675-2271Capa; Contracapa; Equipe Editorial; Pareceristas ad hoc; Sumário; Carta ao Leitor
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<p>Expediente</p>José Sávio Bicho de Oliveira
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2023-10-132023-10-1351110A reforma educacional e curricular boliviana: sujeitos e atores
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<p>O presente artigo tem como objetivo apresentar em linhas gerais a experiência boliviana na construção de seus currículos, cuja organização e condução nos mostra outras possibilidades e caminhos. Para atender tal propósito, empreendemos uma revisão sistemática de literatura e análise de documentos curriculares bolivianos. Ao longo do artigo, serão apresentadas marcas da trajetória da história da educação boliviana, em especial da educação secundária, considerando seus condicionantes pedagógicos, sociais e econômicos; bem como a caracterização da organização do sistema educacional bolivariano, reconhecendo os principais documentos normativos e curriculares que estruturam tal sistema de ensino e os principais sujeitos e entidades envolvidos na construção desses documentos.</p>Julia Jiacometi MarcondesHarryson Júnio Lessa GonçalvesJoana Inês Novaes
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2023-10-132023-10-1351187201O ateliê como potência para Educação Infantil: algumas linhas de invenção
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<p>A presente escrita versa sobre a potência do Ateliê para a composição de espaços criativos no cenário da Educação Infantil. Para tanto, nos amparamos em reflexões sobre a proposta de Ateliê e suas modificações durante o decorrer dos processos históricos na Arte, na Pedagogia e na Educação, encontrando pontes de conexão entre o viver do artista e o viver da criança. Ademais, a metodologia que configura a constituição dessa escrita fundamenta-se pela proposta de Ensaio (LARROSA, 2003), possibilitando a constituição de linhas investigativas e narrativas para esta produção. Por fim, percebemos arranjos inventivos, poéticos e estéticos que mobilizam o encontro da perspectiva do Ateliê com os espaços de vida cotidiana das crianças no território da Educação Infantil.</p>Ana Paula Parise MalavoltaPablo Henry Silveira Wouters
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2023-10-132023-10-1351202213Ubiratan D’Ambrosio e Paulo Freire: alguns elos entre pensamentos decoloniais sobre a liberdade do ser
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<p>A educação brasileira, mesmo trilhando o seu caminho com as dificuldades históricas de falta de investimentos e aperfeiçoamento profissional, possui reconhecida produção intelectual em variadas subáreas, a partir de pensadores que descreveram experiências e tornaram-se referências mundiais no campo educacional, como são os casos de Paulo Freire e Ubiratan D’Ambrosio. Para além de todo arcabouço teórico, ambos nos deixam, também, em seus textos, o legado da presença da humanização e da liberdade do ser. Este artigo tem como objetivo principal, tecer relações entre as obras Pedagogia do Oprimido (Freire, 1987) e Etnomatemática: Elo entre as tradições e a modernidade (D’Ambrosio, 2013), buscando intersecções que indiquem pensamentos que possam sugerir uma postura anticolonial ou decolonial na esteira de Santos (2013), Grosfoguel (2013), Maldonado-Torres (2020) e Hall (2003). As aproximações foram realizadas a partir de destaques de trechos das obras e posteriores comentários interpretativos. Percebe-se que, mesmo Freire (1987) e D’Ambrosio (2013) não sendo obras voltadas aos estudos decoloniais, a essência da liberdade (física e cognitiva), da paz (em suas múltiplas dimensões) e da humanidade (no sentido amplo da palavra) foram a máxima nos destaques das reflexões destes dois pensadores, cada um em seu campo de atuação, pesquisa ou produção.</p>Calvino Silveira JúniorSávio BichoMônica Mesquita
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2023-10-132023-10-1351214224O uso de sequência didática no ensino de Química com tema regional cultivo do maracujá
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<p>Este estudo descreve uma sequência didática desenvolvida no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), que aborda o cultivo do maracujá como tema para a contextualização do conteúdo de soluções químicas. O objetivo desta pesquisa foi investigar o impacto da utilização de Sequências Didáticas avançadas para a contextualização de conteúdos de química por meio de um tema regional. A sequência didática foi organizada em três etapas, compreendendo um total de dez momentos complementares, e foi integrada em uma escola de Ensino Médio regular localizada na cidade de Nova Floresta-PB. A amostra foi composta por 15 alunos do 2º ano com desempenho acadêmico abaixo da média na disciplina de Química. A implementação ocorreu durante as atividades do PIBID. Os resultados, obtidos por meio de observação direta das aulas, excederam as expectativas, uma vez que se constatou que os alunos participaram satisfatoriamente das atividades desenvolvidas. A análise desses dados revelou que, de forma geral, os alunos apresentaram um progresso significativo no que diz respeito à aprendizagem dos conceitos químicos relacionados à problemática investigada.</p>Edson de Oliveira CostaRafaela Cristina dos Santos lima
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2023-10-132023-10-1351225239Ciências, diferença e Educação: experimentações, possibilidades
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<p>Apresentação</p>Alice Copetti DalmasoFernanda Monteiro RigueTiago Amaral Sales
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2023-10-132023-10-13511113Quando eu fui diferente? Ensaiando intercessões entre identidade, diferença e corpo na sala de aula
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<p>O presente relato de experiência, escrito ao modo de um ensaio, tem como objetivo tecer intercessões entre as noções de identidade, diferença e corpo a partir de uma ação desenvolvida em sala de aula com a pergunta “quando fui diferente?”. A pergunta foi respondida por estudantes através de textos e desenhos que perpassam pelas questões corporais na escola objetivando problematizar e analisar os enunciados discursivos que produzem um “corpo diferente” no ambiente escolar. Para a análise desses enunciados vamos tomar de empréstimo as ferramentas analíticas do filósofo Michel Foucault, principalmente a análise do discurso, por acreditarmos que os discursos são conjuntos de enunciados que se apoiam mutuamente e que juntos formam uma rede discursiva que define uma série de condições de existência para os sujeitos que o cercam. Para isso traremos à baila os textos e imagens-desenhos produzidos pelos estudantes. Aqui as imagens também se constituem como importantes fontes de produtividade discursiva, principalmente por considerarmos as imagens como enunciados que têm um lugar institucional de fala, de onde produz seus estatutos e rituais em relações de poder e saber. Com as aulas de Ciências apresentamos aos estudantes uma variedade de perspectivas e conhecimentos sobre o mundo. Entendemos como isso é fundamental para compreender a diversidade biológica e a importância de preservar toda essa pluralidade. E ao incluirmos nos conteúdos científicos diferentes perspectivas culturais sobre esses temas os estudantes podem desenvolver uma compreensão mais profunda, abrangente e crítica dos assuntos abordados.</p>Marcos Allan da Silva LinharesLuísa Pereira RibeiroKeyme Gomes Lourenço
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2023-10-132023-10-13511428Contribuições do animismo infantil para a Educação em Ciências
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<p>O presente artigo foi construído a partir de resultados de uma pesquisa de doutorado que tinha como objetivo perceber como o devir-criança possibilita um outramundar que pressupõe diferentes relações com tudo aquilo que escapa ao humano. De forma específica, este artigo pretendeu perceber como essas relações que o devir-criança estabelece com o mundo e com as coisas, poderia rasurar a educação em ciências e viabilizar a constituição de outros fluxos para a docência. O referencial são os estudos de Gilles Deleuze e Félix Guattari. Trabalhamos com os conceitos de devir-criança, hecceidade e rizoma. O caminho metodológico foi a contocartografia, inventada nessa pesquisa, a fim de dar corpo aos afectos e perceptos produzidos no encontro da pesquisadora com as crianças e com o devir-criança. Os instrumentos para a produção de dados foram a observação e a entrevista semi-estruturada. A pesquisa mostrou que o devir-criança viabilizaria o animismo infantil, que pressupõe uma relação diferente com os não-humanos. Essa relação questiona os pressupostos da Modernidade e possibilita a constituição de outros mundos nesse mundo.</p>Veronica de Lima MittmannClaudia Glavam Duarte
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2023-10-132023-10-13512943A ecoformação como princípio norteador na formação de professores da Educação Infantil
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<p>Diante da necessidade de formações continuadas, contextualizadas e coparticipativas, conforme o atual contexto proposto pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) definiu-se como objetivo para esse artigo, analisar as possibilidades que a ecoformação pode trazer como princípio norteador para a formação de professores da educação infantil. Justifcando-se esta problemática pela incipiência de estudos neste nível de ensino, uma vez que as maiorias dos estudos desenvolvidos referem-se às pesquisas voltadas aos níveis de ensino fundamental e educação superior. A busca deu-se a partir de trabalhos que se aproximaram do tema da investigação, no período entre 2004 e 2019. Para a análise dos trabalhos selecionados, optou-se pelo método da Análise Textual Discursiva (ATD).</p>Tauana Patrícia BonsenhorCristiane Theiss LopesArleide Rosa da Silva
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2023-10-132023-10-13514458Poetizando corpos e(m) movimentos na escola
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<p>Como perceber e criar corpos e(m) movimentos na escola? Como me por a dançar com esses corpos enquanto professora-pesquisadora? Utilizando a cartografia enquanto metodologia que nos convida a acompanhar processos e produções que surgem durante o próprio processo de pesquisa, este artigo se propõe a compartilhar uma experiência de oficina que buscou mover o(s) corpo(s) e provocar tremores na(s) concepções de corpo no ensino de ciências. Essa proposição fez parte de uma pesquisa de mestrado realizada no Programa de Pós-graduação em Educação, da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGE/UFSC). A pesquisa foi desenvolvida com estudantes do 8º Ano, numa escola em Florianópolis/SC. Durante a oficina, nos propusemos a pensar sobre o que pode um ensino de ciências capaz de desconcertar e provocar deslocamentos nos modos que percebemos o mundo. Na intenção de desfuncionalizar uma ideia de corpo construída desde a ciência moderna, buscamos um diálogo com as artes, não enquanto ferramenta, mas como propulsora de uma outra forma de pensamento. A partir das oficinas criou-se uma composição artística com as fotografias do artista Louis Blanc e as frases dos/das estudantes. Em decorrência desses encontros, (in)visibilidades no/do cotidiano escolar emergiram junto com as existências que se tornaram múltiplas. Criaram-se corpos vivos, pulsantes, tediosos, alegres, tristes e o espaço da escola se tornou movente.</p>Ariana Sousa de Moraes Sarmento
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2023-10-132023-10-13515974Análise das bionarrativas sociais (BIONAS) produzidas na Uemg/Divinópolis: um olhar para as temáticas gestadas no Centro-Oeste Mineiro
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<p>As bionarrativas sociais, carinhosamente nominadas como BIONAS, surgiram com o intuito de trazer à tona escritas e narrativas construídas por licenciandos nas universidades. Consideramos as BIONAS como processos de conhecimento que partem das memórias, contradições e formas de ler o mundo pelas relações nos territórios e biodiversidades. O objetivo deste trabalho consiste em analisar os temas das bionarrativas sociais (BIONAS) produzidas pelos alunos do curso de pedagogia no contexto das disciplinas de Conteúdo e Metodologia de Ciências I e II. O trabalho foi desenvolvido através da análise documental das bionarrativas produzidas nos anos de 2020 e 2021 na Universidade do Estado de Minas Gerais. Apresentamos a descrição dos documentos a partir de seis agrupamentos: “águas”, “espaço e manifestação cultural”, “culinária”, “fauna”, “flora” e “sustentabilidade”. As análises realizadas possibilitam perceber que as bionarrativas sociais devem reunir requisitos básicos para que sejam consideradas uma BIONAS: alteridade, posicionamento e aspectos autobiográficos. Foi possível compreender, também, que a metodologia e a forma como os autores foram estimulados afetou no resultado da narrativa. Esses temas nos mostraram como a produção de REAs (recursos educacionais abertos) do tipo de BIONAS possibilita criar conhecimentos e reflexões plurais sobre um mesmo tema ou conteúdo. Ainda que tenhamos feito o esforço em agrupar as BIONAS para uma melhor sistematização metodológica e analítica, reconhecemos a autenticidade de produção de sentido que os autores construíram em cada BIONAS, mesmo sendo o mesmo tema de outra feita neste mesmo contexto de formação. Esse movimento é que consiste na bionarrativa social e não apenas o produto final REA.</p>Mateus Gonçalves de Queiros PenaLaís de Souza Rédua
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2023-10-132023-10-13517591Revezamentos na formação de professores através de um dispositivo de arte
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<p>O presente texto traz em seus procedimentos o seguinte campo problemático: Como possibilitar outras concepções de formação através dos estudos do corpo? A escrita se propõe a reposicionar o conceito de corpo entre a formação de professores e a arte por meio de um estudo de caso, gerando dinâmicas intensivas entre tais instâncias e produzindo, por isso, deslocamentos na composição curricular de professores em formação. Ao colocar o leitor em contato com o processo do campo, o exercício da cartografia possibilita flexibilizar as práticas conservadoras de formação na pedagogia e nas licenciaturas, desviando, assim, das imagens tradicionais produzidas por uma corporeidade instrumental engendrada na subjetividade moderna. Para além da imagem binária e racional, em que o conceito de corpo se vê representado na tradição, o presente estudo tem como objetivo gerar alternâncias nas relações teoria/prática através da concretude de um dispositivo exercitado entre professores em processo de aprendizagem para a docência. Problematizamos, pois, outros sentidos de corpo que, não estando ancorados pelas representações dominantes na educação, desloque a pesquisa na formação docente para outras paisagens curriculares em composição permanente. Para essa finalidade, a política de narratividade do texto estabelece vizinhanças conceituais com outros espaços do conhecimento, que focalizam a formação pela via da experiência e da arte, tendo como fio condutor desse diálogo as filosofias da diferença de Deleuze, Guattari e o método de pesquisa de campo da cartografia.</p>Marcos Vinicius Amaral Ribeiro
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2023-10-132023-10-135192104Por uma educação especular: a didática e o currículo em jogo com o inesperado
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<p>Este ensaio especula acerca de um espaço intermediário de pesquisa e educação entre as instâncias das ciências humanas e das ciências da natureza, relacionado ao que Latour sugeriu como um Império do Meio. Tal espaço se projeta desde a compreensão, via uma leitura deleuziana, de que aprender significa uma recomposição corporal, apreensão do sensível num engendramento entre as faculdades humanas, que correlacionam matérias formadas com o informe, o conhecido com o que se ignora, o natural com o social. Trata-se do devir entre coisas e seres num mundo ontológico – com sua cosmologia – e pensamentos num processo semiológico – derivado em epistemologia. No decurso deste ensaio, opera-se com outras perspectivas, compondo este corpo textual especulativo com elementos do budismo e de um perspectivismo ameríndio, para forçar o pensamento a pensar sobre outros parâmetros – tensionando, assim, o pressuposto historicamente dominante, no ocidente, de uma cisão entre natureza e cultura, com as implicações daí decorrentes. Com efeito, este texto investe, por meio da especulação, num esforço para operar, ele próprio, como um espaço intermédio, em composições heterogêneas, projetando uma educação – dimensionada pelas noções de didática e currículo – que possa se atualizar sobre o potencial da incerteza, para que possibilite apreender outros modos de existir em seu próprio corpo – o <em>corpus </em>da Educação e os corpos de discentes e docentes.</p>Diego Winck Esteves
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2023-10-132023-10-1351105120A ciência para além da razão: um dever de reflorestamento espiritual e decolonial
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<p>A falência da Igreja durante a Idade Média fomentou um divórcio insuperável entre ciência e religião, fazendo com que a primeira delas negasse e se afastasse de quaisquer pensamentos que tocassem ou beirassem a primeira, seja ela como fosse. A Europa, que outrora impunha seu catolicismo sobre os povos colonizados, começou a impor suas noções epistemológicas sobre eles, rivalizando saberes e tanto hierarquizando-os quanto dicotomizando-os, determinando a si mesma como referência de um padrão. Foi assim que a ciência se estabeleceu ao longo da história como uma instituição de epistemologia única: branca e europeia, desde a classificação histórica que gira em torno da Europa até o racismo epistêmico que desqualifica, anula e extermina tudo aquilo que não se vê no espelho. Este ensaio investiga a lógica de monocultura colonizadora que avançou das terras às mentes, cuja produção de conhecimento tem a razão como plantio e a devastação de espiritualidades como prática que a possibilita funcionar. Diante desse funcionamento colonizador, os povos indígenas e as conexões cósmicas ficam à margem daquilo que foi dado como centro e topo, por não atenderem aos critérios europeus de objetividade para então serem considerados como válidos. Essa marginalização decorre em instrumentalizações da natureza, em destruições que devastam terras e corpos, em colonizações de modos de pensar e existir. Em aliança com filosofias originárias e ancestrais, cultivadas por pensadores como Ailton Krenak e Célia Xakriabá, este ensaio experimenta conexões cósmicas e reflorestamentos espirituais em meio ao inóspito fazer científico, compreendendo essa mobilização como um dever urgente e decolonial de reflorestamento.</p>Emanuely Miranda Miranda
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2023-10-132023-10-1351121132Prática pedagógica com Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) como temática geradora sociocientífica
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<p>Ao utilizar as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) como tema gerador sociocientífico, é possível despertar o interesse dos alunos e conscientizá-los sobre a importância da conservação natural e da diversidade alimentar. Através de práticas pedagógicas de plantio e culinária, buscamos fomentar a reflexão crítica e o engajamento de estudantes do sétimo ano do ensino fundamental em questões socioambientais relevantes. O estudo, qualiquantitativo, ocorreu durante as aulas de ciências das turmas no período de um bimestre. Os dados foram mensurados por meio de fichas avaliativas discursivas e um jornal ambiental coletivo. Resultados demonstraram que, embora a oficina culinária tenha despertado um interesse significativo dos alunos por pratos doces e coloridos, e houve uma maior interação nessa prática lúdica, a proposta do jornal ambiental não obteve dados expressivos devido à baixa compreensão científica dos alunos. Apesar, A pesquisa aponta caminhos para a elaboração de modelos de desenvolvimento político-pedagógicos socioambientais e interdisciplinares. Sugerimos a adoção de práticas pedagógicas semelhantes durante todo o ano letivo escolar, explorando mais temáticas ambientais e ampliando o tempo de realização para tornar o processo de construção da aprendizagem significativa, contínuo e dinâmico.</p>Ariene Bazilio dos Santos RosaTiago Böer Breier
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2023-10-132023-10-1351133148CODA - No ritmo do coração: ensaio sobre a sensibilidade musical na surdez
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<p><strong> O encontro com o filme No ritmo do coração (originalmente CODA - <em>Child Of Deaf Adults</em>), possibilitou entrelaçar inquietações produzidas pelas leituras da Filosofia da Diferença de Deleuze e Guattari. Assim, foram delineados caminhos de um relato de experiência escrito no formato de ensaio, objetivando compreender quais aproximações podem ser feitas entre surdez, ciência e o material artístico audiovisual a partir de interpretações da Filosofia da Diferença. A escrita do ensaio possibilita uma análise interpretativa e experimental ao relacionar esses diferentes objetos de estudo sem a intenção de desassociá-los. Uma das principais percepções é a influência do medo e insegurança como aspectos mantenedores da lógica dominante, capitalista. Essas microgestões envolvem cada movimento de Ruby Rossi, personagem principal da obra, que caminha receosa por linhas de fugas formadas sutilmente em busca de um outro futuro. Tentando se afastar da segmentação por compor com uma família que destoa da normatividade imposta. O filme retrata sensivelmente como as palavras fruto da língua oral são incapazes de expressar os sentimentos que borbulham do lado de dentro do peito de Ruby. As relações com a ciência são identificadas em cenas onde os personagens retratam sentir a música em todo o corpo através das vibrações das ondas sonoras, não restringindo apenas ao sentido da audição. Que deixemos o desejo impulsionar, movimentar, revolucionar, para que possamos coletivar e compor de outras formas.</strong></p>Maitê Thainara BarthRoberto Dalmo Varallo Lima de OliveiraFernanda Luiza de Faria
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2023-10-132023-10-1351149160Os irmãos de Hermes Trismegisto: crítica à permanência da perspectiva antropocêntrica na construção do conhecimento das Ciências
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<p>Este trabalho tem como objetivo apresentar críticas e reflexões sobre o mantimento do discurso antropocêntrico nas diferentes esferas de produção do conhecimento dentro da sociedade ocidental predominante atualmente, dentro de instituições como a família, a escola, congregações religiosas etc., dando ênfase ao desenvolvimento das ciências, o saber construído e os efeitos determinantes para a formação dos sujeitos refletindo o caráter equivocado da perspectiva em questão e do tratamento fundamentado em tal que atribui-se ao entorno. Para o desenrolar da seção de discussão aqui apresentada fez-se uso de conceitos de diferentes projeções do conhecimento encontrado até os dias de hoje, de Dawkins (2007) a Freire (2022), de Bernard (1979) a Ramos (2008) e Piaget (1998). Elaborou-se, também, uma breve reinterpretação da imagem de Hermes Trismegisto, símbolo matriz para a filosofia hermética, a fim de ser apresentada uma proposta de intervenção sobre o antropocentrismo e seus efeitos a partir de movimentações culturais radicais. </p>Tiago Azevedo Pereira
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2023-10-132023-10-1351161172Narrativas do pesquisador nos processos de Divulgação Científica: experiências na formação docente
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<p>O trabalho em questão trata-se de uma imersão na pesquisa narrativa baseado na perspectiva de Clandinin e Connelly (2015) trazendo a constituição do pesquisador e sua relação com a temática Divulgação Científica a partir da metáfora do costurar que constitui o espaço tridimensional o qual engloba o indivíduo e suas narrativas. A pesquisa narrativa aparece nesse âmbito tornando-se um contar e recontar de histórias que trazem à tona sentimentos e angústias do pesquisador. Esses ultrapassam o narrar dessa história e enriquecem o texto de detalhes, que permitem ao leitor se embeber na realidade do pesquisador, onde o texto molda-se às experiências e interações. Desta forma, trago o meu constitutivo (auto)biográfico como pesquisador, perpassando da infância até a constituição docente e profissional. </p>Jonatan Josias ZismannAline Machado Dorneles
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2023-10-132023-10-1351173186