MONITORIA INDÍGENA NO CAMPUS DE RONDON DO PARÁ: A EXPERIÊNCIA DE APRENDER E ENSINAR

  • Daiane Martins Teixeira
  • Letícia Fernandes Brina Galvão
  • Yuri da Silva Favacho
  • Gustavo Passos Fortes

Resumo

A atividade de monitoria indígena do Instituto de Ciências Sociais Aplicada- ICSA, campus Rondon do Pará, foi desenvolvida a partir da necessidade de se promover maior inclusão dos discentes indígenas no ambiente acadêmico, trabalhar as principais dificuldades nas disciplinas cursadas, integra-los aos projetos da universidade. De forma geral, o projeto procura promover a familiaridade do discente indígena ao esse espaço desconhecido e totalmente distante de sua cultura, hábitos e costumes. Pois como Bornioto e Faustino (2017) relatam que, além dos indígenas terem dificuldades para se adaptar a vivências e experiências completamente diferentes, com metodologias específicas da academia, os diferentes métodos de pesquisa, computador, internet, formas e mecanismos de avaliação, estes acabam precisando se adaptar também a uma realidade diferente da sua, com uma série de preocupações, discriminação e exclusão por parte de colegas de sala.
Os autores evidenciam a importância do apoio e acompanhamento desses discentes dentro das universidades criando mecanismos pedagógicos que venham de fato auxiliar seu desenvolvimento e rendimento acadêmico e incluí-los dentro da vivência social. Amaral (2010) menciona que as universidades que recebem estudantes indígenas devem sempre estar ampliando suas ações em prol desses alunos, como também estar melhorando as ações já existentes com base nas políticas públicas de ensino direcionadas a esses sujeitos e preocupando-se em manter a cultura e preceitos por eles construídos.
Dessa forma Bergamaschi, Doebber e Brito (2018), ressalta que a presença de grupos de trabalho nas universidades que realizem trabalhos específicos com relação aos discentes ingressantes e sua permanência é de suma importância e deve ser incentivado. Os autores ainda relatam que a permanência desses estudantes ainda é um grande desafio para as universidades, o que exige por parte destas uma postura aberta e receptiva com relação aos conhecimentos e saberes de sua cultura, criando assim uma sensibilização institucional e um duplo pertencimento dos discentes, o que poderá facilitar sua permanência. Nesta mesma lógica, Amaral (2010) afirma que o duplo pertencimento pelo acadêmico indígena pode facilitar o processo de adaptação, compreensão e superação do sentimento de estrangeirismo.
Podemos perceber conforme os autores que esse processo de entendimento e aproximação cultural por parte da universidade trará ao discente um sentimento de reconhecimento e pertencimento, melhorando seu rendimento, além de facilitar seus relacionamentos. No entanto a universidade deve se propor constantemente a criar formas e metodologias que aproximem esses discentes do convívio acadêmico, com debates e palestras a cerca das diferenças culturais, trabalhos que permitam conhecer melhor as mais diversas culturas existentes, buscando sempre a equidade com os demais alunos existentes. Pois conforme Amaral (2010), a universidade como espaço de produção, socialização dos conhecimentos científicos e da inteligência nacional, possui papel central na criação de um espaço mais aberto e afetivo e tem como direito ser alcançado pelos povos indígenas.
No entanto a atividade de monitoria teve como principal objetivo contribuir para um melhor desenvolvimento e inclusão de indígenas no meio acadêmico, haja vista como exposto pela literatura em geral e pela realidade vivenciada no instituto, muitas são as dificuldades apresentadas pela maioria dos indígenas que ingressam ao ensino superior, o que demonstra a necessidade uma atenção especial durante toda sua caminhada acadêmica.

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Publicado
2019-08-01
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Como Citar
Teixeira, D., Galvão, L., Favacho, Y., & Fortes, G. (2019). MONITORIA INDÍGENA NO CAMPUS DE RONDON DO PARÁ: A EXPERIÊNCIA DE APRENDER E ENSINAR. Seminário De Projetos De Ensino (ISSN: 2674-8134), 3(1). Recuperado de https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/spe/article/view/667