CHAMADA PARA DOSSIÊ: Juventude do campo: gênero, interseccionalidade e percursos formativos para a permanência nos territórios do campo
A Revista Diálogos e Perspectivas em Educação, da Faculdade de Educação do Campo, da UNIFESSPA, convida membros dos povos indígenas, camponeses, quilombolas, ribeirinhos, extrativistas e demais povos das águas e as florestas, assim como pesquisador@s, discentes e docentes de diversas áreas do conhecimento para apresentar textos, relatos de vida ou experiência, ensaios ou artigos de pesquisa (individuais ou em co-autoria) para o dossiê temático “Juventude do campo: gênero, interseccionalidade e percursos formativos para a permanência no território” a ser publicado no número correspondente ao segundo semestre de 2021.
Serão selecionados os textos que atendam às condições de rigor científico e qualidade na sua escrita e debate acadêmico, ou que tragam conhecimentos e experiências relevantes para refletir desde múltiplas perspectivas sobre os desafios de ser jovem no campo, levando em conta a ampla diversidade de identidades de gênero e as nefastas consequências do racismo e o eurocentrismo sobre a soberania e segurança alimentar dos povos do campo, assim como a garantia dos direitos à saúde, a educação pública, gratuita e de qualidade e o emprego digno.
Este dossiê especial tem como objetivo central a publicação de trabalhos que informem, coloquem em relação, analisem ou proponham abordagens teóricas, práticas, (auto)biográficas ou metodológicas visando abordar os desafios de caráter interseccional que enfrentam as juventudes dos povos do campo para garantir sua permanência com dignidade nesses territórios, assim como o respeito na construção das suas diversas identidades, tanto étnicas e históricas, quanto socioculturais e de gênero (LGBTQI+, mulheres, outras masculinidades, por exemplo).
As contribuições podem tomar formas variadas e se agruparem em torno a temas tais como a visibilização das opressões contínuas e simultâneas de classe, raça e gênero, assim como a exploração da mão de obra jovem, mestiça, LGBTQIA+ ou feminina do campo, como consequência do capitalismo e o colonialismo enquanto fenômenos globais. O convite está aberto para membros dos povos do campo e responde à necessidade de reconhecer e visibilizar seus saberes tradicionais e conhecimentos locais, assim como as suas experiências de vida, enquanto elementos para uma epistemologia crítica da ciência “única e neutra”, urbana e até patriarcal e racista. @s cientistas deverão incluir essa perspectiva crítica também nas suas contribuições, questionando a epistemologia dominante e trazendo tanto as reflexões teóricas, quanto os olhares subalternos e os lugares de fala diversos dentro dos quais se encontram imersas suas pesquisas.
Os desafios e dificuldades enfrentados pelas juventudes quilombolas, indígenas, extrativistas, ribeirinhas e camponesas, assim como os obstáculos à inclusão d@s jovens LGBTQIA+ e as mulheres para sua permanência no território camponês, com dignidade e garantia completa dos seus direitos, trazem um ponto de vista fulcral para entender as dinâmicas de luta pela terra e as políticas que impedem o reconhecimento e o assentamento total destes sujeitos nos territórios que de fato vivem, constroem e o enriquecem cada dia. Nesse sentido, relatos, artigos e experiências desde a perspectiva da economia feminista, a soberania e a segurança alimentar, o bem viver, e outros marcos teóricos que impulsem a releitura dos territórios e suas populações tradicionais em tempos de pandemia e neoliberalismo, serão bem-vindos.
Datas:
Submissão: até 30 de setembro de 2021.
Publicação: até 31 de dezembro de 2021.
Organizadoras: Dra. Martha Medina (Universidad Católica de Chile), Dra. Daniella Georges Coulouris (IFSP) e Dra. Renata Lucena Dalmaso (ILLA/Unifesspa)
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