Modos de lutar, resistir e existir na Comunidade de Água Boa II: uma experiência de licenciandos em Educação do Campo em tempo-comunidade
Palavras-chave:
Movimentos Sociais, Comunidade Tradicional Geraizeira, Formação de Professores em Educação do Campo, Regime de Alternância, Tempo-ComunidadeResumo
Este artigo relata uma experiência transcorrida no Tempo-Comunidade do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Triângulo Mineiro. O acompanhamento das atividades em comunidades rurais do município de Rio Pardo de Minas, estado de Minas Gerais, contou com a participação de licenciandos e de um docente da universidade. Destacamos a visita realizada na comunidade de Água Boa II, na qual foi possível tomar contato com a memória, luta e resistência dessa comunidade na preservação da biodiversidade, sobretudo na questão da oferta de água e do combate ao plantio da monocultura de eucalipto. Além disso, tornou viável, por meio de rodas de conversa, a interação com a Casa de Sementes Crioulas, o viveiro de mudas de plantas típicas do Cerrado, a Cooperativa de Polpas de Frutas e a produção do café sombreado. Contou com instrumento de produção de dados o Caderno de Realidade produzido pela primeira autora. Concluímos que a experiência possibilitou aos futuros professores em Educação do Campo maior proximidade com uma realidade fisicamente pouco distante e, dessa forma, ensejou novas reflexões, ademais daquelas produzidas apenas teoricamente no Tempo-Escola. É imperativo destacar que o movimento coletivo organizado na comunidade contribuiu na formação dos licenciandos e trouxe a indicação de ser fundamental e necessária a organização dos tempos e espaços formativos por meio do Regime de Alternância, especialmente do Tempo-Comunidade.
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