Laboratório de Ensino de Matemática: preenchendo as brechas de formação do licenciado em Pedagogia

Palavras-chave: Ensino de Matemática, Anos iniciais, Formação docente, Formação em serviço, Laboratório de Ensino de Matemática

Resumo

A Matemática que os estudantes irão utilizar e estudar é organizada e apoiada nos construtos aprendidos nos anos iniciais. Entretanto, há indícios de que grande parte dos professores que atuam nesta etapa do ensino possuem uma formação de base (Licenciatura em Pedagogia) insuficiente, ocasionando, assim, lacunas significativas no que tange ao domínio dos conhecimentos matemáticos a serem trabalhados com seus estudantes. Nessa lógica, este artigo apresenta os resultados de uma investigação, de cunho qualitativo, apoiada em um estudo de caso, que objetivou, além de  identificar as ações formativas continuadas realizadas por professores que ensinam Matemática nos anos iniciais de escolas privadas e municipais de Porto Alegre/RS, verificar o impacto da formação continuada em serviço a partir da utilização de Laboratórios de Ensino de Matemática (LEM) e das ações individuais organizadas por docentes ou grupo de docentes sem apoio institucional. A produção dos dados analisados foi realizada com entrevistas estruturadas. Os principais achados da pesquisa apontam diferenças significativas nas formações ofertadas nas escolas da rede privada e municipal. Nas escolas da rede privada, as lacunas da formação inicial são sanadas pela formação em serviço e o ensino de Matemática é realizado com o suporte de uma equipe especializada que atua junto ao Laboratório de Ensino de Matemática. Já na rede municipal, as iniciativas são tomadas pelos próprios professores, de forma isolada e sem o apoio e suporte de especialistas da área. Nesse contexto, essa diferença de estratégia pode repercutir em fragilidades na aprendizagem Matemática em anos subsequentes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Caroline Tavares de Souza Clesar, Uergs/PUCRS

Doutoranda e Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Professora Assistente da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs).

Lucia Maria Martins Giraffa, PUCRS

Professora titular da Escola Politecnica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Pesquisadora e professora permanente do Programa de Pós-Graduação da Escola de Humanidades/PUCRS. Líder do Grupo de Pesquisa cadastrado no CNPq- ARGOS - Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Tecnologias Digitais e Educação a Distância.

Referências

CERUTTI, Elisabete; GIRAFFA, Lucia Maria Martins. Uma nova juventude chegou à universidade: e agora, professor? Curitiba: CRV, 2015.

CLESAR, Caroline Tavares de Souza; GIRAFFA, Lucia Maria Martins. Os cursos de licenciatura em pedagogia e a formação matemática do professor de anos iniciais: Refletindo acerca das brechas na formação inicial. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 6, p. 34431-34450, 2020.

DANTE, Luiz Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo: Ática, 2000.

DINIZ, Ricardo Saraiva. A matemática nas séries iniciais do ensino fundamental: as professoras, suas concepções e práticas. Revista de Educação, Ciência e Matemática, v. 2, n. 2, p. 15-27, 2012. Disponível em: http://publicacoes.unigranrio.edu.br/index.php/recm/article/view/1786/1072. Acesso em: 08 fev. 2021.

GATTI, Bernardete Angelina. Formação de professores e carreira: problemas e movimentos de renovação. Campinas: Autores Associados, 1997. (Coleção formação de professores)

GATTI, Bernardete Angelina; NUNES, Marina Muniz Rossa. Formação de professores para o ensino fundamental: estudo de currículos das licenciaturas em pedagogia, língua portuguesa, Matemática e ciências biológicas. Textos FCC, v. 29, p. 155, 2013.

LIMA, Paulo Vinícius Pereira et al. Brasil no Pisa (2003-2018): reflexões no campo da Matemática. TANGRAM-Revista de Educação Matemática, v. 3, n. 2, p. 03-26, 2020. Disponível em: https://ojs.ufgd.edu.br/index.php/tangram/article/view/12122/5813. Acesso em: 02 mar. 2021.

LORENZATO, Sergio. Laboratório de ensino de matemática e materiais didáticos manipuláveis. In: LORENZATO, Sergio. (Org.). O laboratório de ensino de matemática na formação dos professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. p. 3-37. (Coleção formação de professores)

MORAES, Roque; GALIAZZI, Maria do Carmo. Análise Textual Discursiva. 2 ed. rev. Ijuí: Ed. Unijuí, 2011.

NACARATO, Adair Mendes; MENGALI, Brenda Leme da Silva; PASSOS, Cármen Lúcia Brancaglion. A matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: Tecendo fios do ensinar e do aprender. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.

NÓVOA, António. Diz-me como ensinas, dir-te-ei quem és e vice-versa. In: FAZENDA, Ivani. (Org.). A pesquisa em educação e as transformações do conhecimento. 2 ed. Campinas: Papirus, 1997. p. 29-41.

NÓVOA, António. O regresso dos professores. Pinhais: Melo, 2011.

ONUCHIC, Lourdes de la Rosa; ALLEVATO, Norma Suely Gomes. Novas reflexões sobre o ensino-aprendizagem de matemática através da resolução de problemas. In: BICUDO, M. A. V.; BORBA, M. C. (Org.). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2009. p. 213-231.

PEDROSA, Stella Maria Peixoto de Azevedo. A educação a distância na formação continuada do professor. Educar em Revista, Curitiba, n. 21, p. 01-15, jan/jun. 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/er/n21/n21a06.pdf. Acesso em: 05 fev. 2021.

PEREZ, Geraldo. Prática reflexiva do professor de matemática. In: BORBA, Marcelo de Carvalho; BICUDO, Maria Aparecida Viggiani. (Org.). Educação Matemática: pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2009. p. 250-263.

PERRENOUD, Philippe. A formação dos professores no século XXI. In: PERRENOUD, Philippe; THURLER, Monica Gather. As competências para ensinar no século XXI: a formação dos professores e o desafio da avaliação. Artmed Editora, 2002. p. 11-34.

PIMENTA, Selma Garrido; ANASTASIOU, Léa das Graças Camargo. Docência no ensino superior. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2005. (Coleção Docência em Formação)

ROCHA, Luciana Parente; FIORENTINI, Dario. O desafio de ser e constituir-se professor de matemática durante os primeiros anos de docência. 28a Reunião Anual da ANPED, Petrópolis: Vozes, v. único, p. 1-17, 2005.

SANTALÓ, Luis A. Matemática para não-matemáticos. In: PARRA, Cecilia; SAIZ, Irma. (Org.). Didática da matemática: reflexões psicopedagógicas. Porto Alegre: Artmed, 1996. p. 11-25.

SOUZA, Caroline Tavares de; GIRAFFA, Lucia Maria Martins. Recursos educacionais abertos como elementos de apoio para aprendizagem de conteúdos matemáticos: uma experiência com o uso da Khan Academy. In: MELLO, Diene Eire de. (Org.). Reflexões e experiências didáticas com tecnologias digitais. Londrina: Editora Madrepérola, 2020, v.1, p. 365-385.

TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. 3 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.
TARDIF, Maurice; LESSARD, Claude. O trabalho docente: elementos para uma teoria da docência como profissão de interações humanas. 7 ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2012.

VELHO, Eliane Maria Hoffmann; LARA, Isabel Cristina Machado de. O saber Matemático na Vida Cotidiana: um enfoque etnomatemático. Alexandria: Revista de Educação em Ciência e Tecnologia, v. 4, n. 2, p. 3-30, 2011.

YIN, Robert K. Estudo de Caso: Planejamento e Métodos. 2 ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
Publicado
2021-07-01
Visualizações
  • Artigo 240
  • PDF 189
Como Citar
CLESAR, C. T. DE S.; GIRAFFA, L. M. M. Laboratório de Ensino de Matemática: preenchendo as brechas de formação do licenciado em Pedagogia. ReDiPE: Revista Diálogos e Perspectivas em Educação, v. 3, n. 1, p. 157-172, 1 jul. 2021.