Quando eu fui diferente? Ensaiando intercessões entre identidade, diferença e corpo na sala de aula

Autores

Palavras-chave:

IDENTIDADE, DIFERENÇA, CORPO, ENSINO DE CIÊNCIAS, ANÁLISE DO DISCURSO

Resumo

O presente relato de experiência, escrito ao modo de um ensaio, tem como objetivo tecer intercessões entre as noções de identidade, diferença e corpo a partir de uma ação desenvolvida em sala de aula com a pergunta “quando fui diferente?”. A pergunta foi respondida por estudantes através de textos e desenhos que perpassam pelas questões corporais na escola objetivando problematizar e analisar os enunciados discursivos que produzem um “corpo diferente” no ambiente escolar. Para a análise desses enunciados vamos tomar de empréstimo as ferramentas analíticas do filósofo Michel Foucault, principalmente a análise do discurso, por acreditarmos que os discursos são conjuntos de enunciados que se apoiam mutuamente e que juntos formam uma rede discursiva que define uma série de condições de existência para os sujeitos que o cercam. Para isso traremos à baila os textos e imagens-desenhos produzidos pelos estudantes. Aqui as imagens também se constituem como importantes fontes de produtividade discursiva, principalmente por considerarmos as imagens como enunciados que têm um lugar institucional de fala, de onde produz seus estatutos e rituais em relações de poder e saber. Com as aulas de Ciências apresentamos aos estudantes uma variedade de perspectivas e conhecimentos sobre o mundo. Entendemos como isso é fundamental para compreender a diversidade biológica e a importância de preservar toda essa pluralidade. E ao incluirmos nos conteúdos científicos diferentes perspectivas culturais sobre esses temas os estudantes podem desenvolver uma compreensão mais profunda, abrangente e crítica dos assuntos abordados.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Luísa Pereira Ribeiro, Universidade Federal de Uberlândia

Mestranda no Programa de Pós-graduação em Educação (PPGED/UFU), graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente, trabalha como Professora da Educação Infantil 1º a 5º Ano na EMEI do Bairro Luizote de Freitas.

Keyme Gomes Lourenço, UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU)

Mestre em Educação e atualmente Doutorando Acadêmico em Educação na mesma instituição, Faculdade de Educação/FACED/UFU da Universidade Federal de Uberlândia. Sou Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Uberlândia, com especialização em Artes e Educação pela faculdade IBRA. Bolsista CAPES durante toda minha formação.

Referências

BASTOS, Sandra Nazaré Dias; LINHARES, Marcos Allan da Silva; SILVA, Lêda Valéria Alves. Problematizando a imposição de corpos femininos desejáveis nas histórias em quadrinhos da Turma da Mônica Jovem. Revista de Ensino de Biologia da SBEnBio, v. 14, n. 1, 2021.

COUTO, Mia. E se Obama fosse africano?: e outras interinvenções. São Paulo: Editora Companhia das Letras, 2011.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2007.

FOUCAULT, Michel. A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. São Paulo: Edições Loyola, 2009.

FOUCAULT, Michel. Ditos e Escritos, vol. 4. Estratégia, poder-saber. Rio de Janeiro: Editora Forense Universitária, 2006.

FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade I: o uso dos prazeres. Rio de Janeiro: Editora Graal, 1998.

FOUCAULT, Michel. Michel Foucault, uma entrevista: sexo, poder e a política da identidade. Revista Verve, v. 5, 2004.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.

FREITAS, Lilliane Miranda; CHAVES, Sílvia Nogueira. Desnaturalizando os gêneros: uma análise dos discursos biológicos. Revista Ensaio, v.15, n.3, 2013.

GIORGI, Gabriel. Formas comuns: animalidade, literatura, biopolítica. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 2016.

GODOY, Leandro Pereira. Ciências, vida & universo: 8º ano: ensino fundamental: anos finais. São Paulo: FTD, 2018.

GREGOLIN, Maria do Rosário. Análise do discurso e mídia: a (re)produção de identidades. Revista Comunicação, Mídia e Consumo. São Paulo, v. 4, n.11, 2007.

HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: Editora DP&A, 2006.

LOURO, Guacira Lopes. O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.

LOURO, Guacira Lopes. Teoria queer – uma política pós-identitária para a educação. Revista de Estudos Feministas, v.2, ano.9, 2001.

OLIVEIRA, Albaneide Cavalcante. O que é ambiente hoje? Quando a imagem é enunciado. 2016. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas) – Universidade Federal do Pará, Belém, 2016.

ROLNIK, Suely. A multiplicação da subjetividade. Folha de São Paulo, São Paulo, edição especial, 1996. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1996/5/19/mais!/3.html#:~:text=Identidades%20pr%C3%AAt%2D%C3%A0%2Dporter%2C,for%C3%A7as%20um%20pouco%20mais%20fortes. Acesso em: 09 maio. 2023.

SARRAF, Daniele Corrêa; BASTOS, Sandra Nazaré Dias. Magra e feliz: lições de beleza da revista sou mais eu! In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO, 7.; SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS CULTURAIS E EDUCAÇÃO, 4., 2017. Anais […] Rio Grande do Sul, Canoas, 2017.

Downloads

Publicado

2023-10-13

Como Citar

LINHARES, . A. da S.; RIBEIRO, . P.; LOURENÇO, . G. Quando eu fui diferente? Ensaiando intercessões entre identidade, diferença e corpo na sala de aula. ReDiPE: Revista Diálogos e Perspectivas em Educação, [S. l.], v. 5, n. 1, p. 14–28, 2023. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/ReDiPE/article/view/2119. Acesso em: 21 nov. 2024.