“Tem que colocar o dedo dele nos lugares que a química tá, querer explicar alguma coisa, já que a gente não vê com a visão”: uma análise sobre a aprendizagem de alunos com deficiência visual no ensino de química

Autores

Palavras-chave:

Deficiência Visual, Ensino de Química, Inclusão

Resumo

O presente estudo buscou analisar o processo de aprendizagem de alunos com deficiência visual no ensino de Química com ênfase na identificação de impasses que dificultam a materialização desse processo. Para tal, realizou-se um estudo qualitativo-explicativo em uma escola pública de ensino médio localizada no município de Iguatu/CE, utilizando-se como interlocutores cinco alunos com deficiência visual (três com cegueira e dois com baixa visão) regularmente matriculados na referida instituição. Os dados emergiram a partir da entrevista semiestruturada e individual gravada em formato de áudio, sendo sua transcrição analisada com base na aproximação da análise textual discursiva. As análises possibilitaram verificar que as dificuldades de aprendizagem dos alunos com deficiência visual na Química são potencializadas, dentre outros elementos, pela má formação dos seus professores, culminando na existência de barreiras atitudinais em suas práticas pedagógicas, além da ausência de materiais adaptados para se trabalhar os conteúdos curriculares a partir da especificidade de cada aluno.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Maria Madalena da Silva, IFCE

Doutora em Educação (UNESP)

Referências

ARAGÃO, A. S. Ensino de Química para alunos cegos: desafios no ensino médio. 2012. 122f. Dissertação (Mestrado em Educação Especial) – Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2012.

ARANHA, M. L. A. História da Educação e da Pedagogia: geral e do Brasil. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2006.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: < <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 15 abr. 2017.

______. Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 20 mar. 2017.

CANDAU, V. M. F. Diferenças culturais, cotidiano escolar e práticas pedagógicas. Currículo sem fronteira, Rio de Janeiro, v. 11, n. 2, p. 240-255, jul./dez. 2011.

FREITAS, W. R. S.; JABBOUR, C. J. C. Utilizando estudo de caso(s) como estratégia de pesquisa qualitativa: boas práticas e sugestões. Estudo & Debate, Lajeado, v. 188, n. 2, p. 07-22, 2011.

MANTOAN, M. T. E. Inclusão escolar: caminhos e descaminhos, desafios, perspectivas. Outro Olhar Revista de Debates, Belo Horizonte, v. 4, n. 4, p. 25-31, 2005.

MORAES, R.; GALIAZZI, M. C. Análise textual discursiva: processo reconstrutivo de múltiplas faces. Ciências & Educação, Bauru, v. 12, n. 1, p. 117-128, 2006.

PLETSCH, M. D. A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes políticas e resultados de pesquisas. Educ. rev. Curitiba, n. 33, p. 143-156, 2009.

POZO, J. I.; CRESPO, M. A. G. A aprendizagem e o ensino de ciências: do conhecimento cotidiano ao conhecimento científico. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

SANTOS, A. O. et al. Dificuldades e motivações de aprendizagem em Química de alunos do ensino médio investigadas em ações do (PIBID/UFS/Química). Scientia Plena, Sergipe, v. 9, n. 1, p. 1-6, 2013.

SANTOS, B. S. Reconhecer para libertar: os caminhos do cosmopolitanismo multicultural. Rio de Janeiro: Civilização brasileira, 2003.

SILVA, W. D. A. Outros olhares: uma análise sobre o processo de aprendizagem de Química à luz da deficiência visual. 2015. 51f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em licenciatura em Química) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Iguatu, 2015.

SILVA, W. D. A.; DAMASCENO, M. M. S. A Química no contexto da Educação Especial: o professor, o ensino e a deficiência visual. Redequim, Recife, v. 1, n. 1, p. 20-28, 2015.

SILVA, L. R. B. O currículo e a distorção idade-série nos anos iniciais do ensino fundamental. 2014. 115f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de Brasília, Brasília/DF, 2014.

TOLEDO, C. C. et al. Detecção precoce de deficiência visual e sua relação com o rendimento escolar. Rev. Assoc. Med. Bras, São Paulo, v. 56, n. 4, p. 415-419, 2010.

VILELA-RIBEIRO, E. B; BENITE, A. M. C. A Educação Inclusiva na percepção dos professores de Química. Ciência & Educação, Bauru, v. 16, n. 3, p. 585-594, p. 585-594, 2010.

ZANETTE, M. S. Pesquisa qualitativa no contexto da Educação no Brasil. Educar em Revista, Curitiba, n. 65, p. 149-166, jul./set. 2017.

Downloads

Publicado

2019-12-19

Como Citar

ANDRADE DA SILVA, . D.; RODRIGUES, . C.; ARAÚJO, . M. F.; DA SILVA, . M. “Tem que colocar o dedo dele nos lugares que a química tá, querer explicar alguma coisa, já que a gente não vê com a visão”: uma análise sobre a aprendizagem de alunos com deficiência visual no ensino de química. ReDiPE: Revista Diálogos e Perspectivas em Educação, [S. l.], v. 1, n. 1, p. 20–31, 2019. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/ReDiPE/article/view/745. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos Científicos