AS OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E O ENSINO DISCURSIVO LITERÁRIO VOLTADO AO GÊNERO MEMÓRIAS LITERÁRIAS

Autores

  • Wállery Karulina Santos Menezes
  • Anaiara Cristina Lima Silva
  • Abílio Pacheco de Souza

Resumo

O presente projeto busca apresentar uma série de sequências didáticas para o ensino de gêneros discursivos literários, mais especificamente das memórias literárias trabalhadas nos cadernos das Olimpíadas de Língua Portuguesa. Ademais, busca-se um olhar crítico sobre as práticas pedagógicas em vigor na Educação Básica. Para tanto, propõe-se oficinas pautadas nos debates sobre as representações museológicas; as obras de Manoel de Barros e Conceição Evaristo; e a retextualização, questões associadas ao gênero memórias literárias.
Assim, na tentativa de trazer a valorização regional e a representatividade para a realidade docente, tais encontros foram construídos a partir de uma pesquisa bibliográfica fundamentada em Benfica (2021); Clara, Altenfelder e Almeida (2019); D’Andrea e Ribeiro (2010); Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004). Inicialmente, faz-se necessário identificar a concepção de gênero, atribuída por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), que se trata da ação de nos comunicarmos, adaptando os indivíduos a uma determinada situação de comunicação.
Nesse sentido, no que se refere ao gênero das memórias literárias, é possível defini-lo como as produções textuais que abarcam a realidade e a ficção, através do uso de figuras de linguagem, seleção vocabular, parâmetros estéticos e rítmicos, visando a ambientação do leitor dentro da narrativa (CLARA; ALTENFELDER; ALMEIDA, 2019). Mediante o elencado, as sequências didáticas surgem como uma ferramenta para o ensino de literatura, sendo elas divididas em quatro encontros: a apresentação da situação, a primeira produção, os módulos e a produção final (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004). A proposta aqui apresentada divide-se igualmente em quatro módulos. O primeiro pretende abordar as características principais do gênero memórias através de obras literárias, a fim de estimular os discentes a desenvolverem
uma produção textual para revisão coletiva. Sugere-se como texto motivador o poema Escova, de Manoel de Barros, em que é possível identificar o pretérito como tempo predominante, a narração em primeira pessoa do singular e as figuras de linguagem. Como segunda oficina, propõe-se a ambientação dos estudantes a partir de lugares, objetos e histórias. Enxerga-se, portanto, uma necessidade de visitas a museus e casas culturais. Para um terceiro encontro, entrevistas devem ser realizadas na tentativa de trabalhar a retextualização com a turma.
Este trabalho deve prezar pela organização das informações do texto; o esquema global do gênero a que pertence; o seu tipo textual predominante e as sequências de que se compõem; o uso das unidades linguísticas; e os aspectos discursivos, que remetem ao evento de interação no qual o texto emerge (BENFICA, 2021). Por fim, a última oficina, de produção textual avaliativa, visa a representação de autores não hegemônicos pertencentes ao gênero memórias. Um exemplo é o poema De mãe, de Conceição Evaristo, que evoca as vozes
da ancestralidade. Dessa forma, espera-se que as oficinas atuem não somente no ensino-aprendizagem de um gênero discursivo literário para as Olimpíadas de Língua Portuguesa, como também contribuam para novas perspectivas na Educação Básica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2022-12-08

Como Citar

Menezes, W. K. S., Silva, A. C. L., & Souza, A. P. de. (2022). AS OLIMPÍADAS DE LÍNGUA PORTUGUESA E O ENSINO DISCURSIVO LITERÁRIO VOLTADO AO GÊNERO MEMÓRIAS LITERÁRIAS. Seminário e rojetos e nsino (ISSN: 2674-8134), 6(1). ecuperado de https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/spe/article/view/2095

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 > >>