Entre dois Manoéis, Moraes e Calado: o libelo dos sacerdotes no Brasil holandês
DOI:
https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v1.i3.20192020.97120Palavras-chave:
Clero católico; ambivalências religiosas; traição política; heresia; Brasil holandês.Resumo
O presente artigo se destina a revisitar um território pretensamente tolerante do Brasil Colonial, isto é, as capitanias açucareiras do Norte sob a dominação neerlandesa (1630-1654). A partir da centralidade do clero católico na vida política e religiosa colonial, são examinadas as denúncias, registradas nos Cadernos do Promotor, contra o apóstata mais conhecido, o padre Manoel de Moraes. O resultado é caracterização de desvios em dois terrenos distintos, a traição política e a heresia e apostasia. Cotejando com as suspeitas levantadas sobre outros sacerdotes, como frei Manoel Calado, muitas das quais não passaram das denúncias, é possível questionar os limites do foro inquisitorial e a atuação incisiva do bispo do Brasil, bem como as ambivalências religiosas entre a proximidade aos holandeses e a fidelidade ao catolicismo.
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