Xamanismo e Cristianismo entre os Akwẽ-Xerente (TO)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v1.i3.20192020.177200

Palavras-chave:

Akwẽ-Xerente, xamanismo, cristianismo

Resumo

O presente texto é resultado de pesquisa realizada entre os Akwẽ-Xerente, povo indígena falante de língua Jê e habitante do estado do Tocantins.  À luz de dados etnográficos e do diálogo com trabalhos que abordam a temática do xamanismo indígena na antropologia, propõe uma reflexão a respeito de reelaborações do xamanismo akwẽ no contexto da relação estabelecida com o cristianismo. A discussão vai ao encontro de abordagens que pensam a mudança enquanto parte da dinâmica de transformações que, como esses estudos mostram, é própria do xamanismo e das sociocosmologias indígenas das Terras Baixas da América do Sul, de maneira mais ampla.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valéria Moreira Coelho de Melo, Universidade do Sul e Sudeste do Pará

Graduada em História pela Universidade Federal do Tocantins (UFT), Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), professora da Faculdade de História da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa

Referências

CAPIBERIBE, Artionka. A língua franca do suprassensível: sobre xamanismo, cristianismo e transformação. Mana, v.23, n.2, p.311-340, 2017.

CARNEIRO DA CUNHA, M. Pontos de vista sobre a floresta amazônica: xamanismo e tradução. Mana, v. 4, n. 1, p. 7-22, 1998.

CHAUMEIL, Jean-Pierre. Voir, savoir, pouvoir. Le chamanisme chez les yagua de l‘Amazonie péruvienne. Genève: Georg. Collection Ethnos, 2000.

COELHO DE SOUZA, Marcela.S. O Traço e o Círculo: o conceito de parentesco entre os Jê e seus antropólogos. Tese (Doutorado em Antropologia), Museu Nacional/ Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2002.

EWART, Elizabeth. Space and Society in Central Brazil: A Panará Ethnography, London School of Economics Monographs on Social Anthropology. Bloomsbury Academic: London, 2013.

FAUSTO, Carlos. Banquete de gente: comensalidade e canibalismo na Amazônia. Mana, v.8, n.2, p.744-772, 2002.

GALLOIS, Dominique. Xamanismo Waiãpi: nos caminhos invisíveis, a relação i-paie. In:
LANGDON, E. J. (Org.). Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1996.

GIRALDIN, Odair. Pontal e Porto Real. Dois arraiais do norte de Goiás e os conflitos com os Xerente nos séculos XVIII e XIX. Revista Amazonense de História, v. 1, p. 131-146, 2002.

______. Povos indígenas e não-indígenas: uma introdução à história das relações interétnicas no Tocantins. In: GIRALDIN, Odair (Org.). A (trans)formação histórica do Tocantins. Palmas: Unitins-Goiânia: CEGRAF, 2004.

GIRALDIN, Odair; SILVA, Cleuber Alves da. Ligando Mundos: relação entre xerentee a sociedade circundante no século XIX. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Belém, 2002. (Série Antropologia).

GORDON, César. Economia Selvagem. São Paulo: Unesp, ISA/NuTI, 2006.

GRIGÓRIO, P. C. O. “Evangelho não destrói culturas”. A Missão Transcultural Batista entre os índios Xerente do Tocantins. In. XVI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA DA ANPHU-RIO: saberes e práticas científicas. Rio de Janeiro, RJ, 2014.

LANGDON, E. J. Introdução: Xamanismo – velhas e novas perspectivas. In: LANGDON, E. J. (Org.). Xamanismo no Brasil: novas perspectivas. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1996.

MATTOS, Rinaldo de. O messianismo existencial Xerente. Revista Antropos, v. 3, n. 2, p.2738, 2009.

MAYBURY-LEWIS, D. [1965]. O selvagem e o inocente. Campinas: Ed. UNICAMP, 1990.

MELO, Valéria M. C. O movimento do mundo. Cosmologia, alteração e xamanismo entre os Akwẽ-Xerente. Tese (Doutorado em Antropologia Social), Universidade Federal do Amazonas, Manaus, AM, 2016.

MORAIS-NETO, Odilon. Sawrepté: imagens do Brasil Central. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

NIMUENDAJÚ, Curt. The Serente. Los Angeles. The Southwest Museum, 1942.

PÉREZ-GIL, Laura. Transformação do xamanismo e sociabilidade entre os yaminawa. In. XXVIII REUNIÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM CIÊNCIAS SOCIAIS (ANPOCS). Caxambu, MG, 2004.

PISSOLATO, Elizabeth. A noção de transformação entre os Jê. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), Museu Nacional/ Universidade Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, RJ, 1996.

RAPOSO, Clarisse M. dos A. Produzindo diferença: gênero, dualismo e transformação entre os Akwe-Xerente. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2009.

SCHROEDER, Ivo. Política e parentesco nos Xerente. Tese (Doutorado em Antropologia Social), Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2006.

SZTUTMAN, Renato. Comunicações alteradas: festa e xamanismo na Guiana. Campos, Curitiba, v.4, 2003.

VILAÇA, Aparecida. O que significa tornar-se outro? Xamanismo e contato interétnico na Amazônia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol.15, n.44, p.56-72, 2000.

_______. Aparecida. Making kin out of others in Amazonia‖. Journal of the Royal Anthropological Institute, n.82, pp. 347-365, 2002.

_______. Conversão, Predação e Perspectiva. Mana, v.14, n.1, p.173-204, 2008.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Araweté: os deuses canibais. Rio de Janeiro: Zahar/ANPOCS, 1986.

_______. O mármore e a murta: sobre a inconstância da alma selvagem. Revista de Antropologia. São Paulo, USP, v. 35, p. 21-74, 1992.

______. A floresta de cristal. Notas sobre a ontologia dos espíritos amazônicos. Cadernos de campo, São Paulo: Universidade de São Paulo. n. 14/15, p. 319-338, 2006.

Downloads

Publicado

2020-02-29

Como Citar

MOREIRA COELHO DE MELO, . Xamanismo e Cristianismo entre os Akwẽ-Xerente (TO). Escritas do Tempo, [S. l.], v. 1, n. 3, p. 177–200, 2020. DOI: 10.47694/issn.2674-7758.v1.i3.20192020.177200. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/1185. Acesso em: 22 dez. 2024.