Da construção do estereótipo de selvagem à representação do indígena brasileiro no livro didático de História

Main Article Content

Roberta Fernandes Santos
https://orcid.org/0000-0002-9329-7573

Resumo

Este artigo aborda a maneira como se construiu o estereótipo de selvagem, fato responsável por negar aos indígenas seu direito à diferença e apagá-los como sujeitos de nossa história. Aborda também o revisionismo histórico das décadas de 1980 e 1990, destacando a Constituição de 1988 como responsável por recolocar o indígena na história, garantindo sua cidadania e reconhecendo seu direito à diversidade. Mais tarde, numa tentativa de superar estereótipos, foi aprovada a Lei nº 11.645/08, passando a ser obrigatório o ensino de história e cultura indígena nas escolas brasileiras. Nesse sentido, analisaremos uma coleção de livros didáticos para o Ensino Médio produzida em 2016, observando como é representada a cultura indígena nesses livros e verificando, em que medida, os antigos estereótipos estão sendo superados e dando lugar a um novo olhar sobre o indígena brasileiro.


Palavras-chave: Povos indígenas – História indígena – Lei 11.645/08 – Livro didático

Downloads

Não há dados estatísticos.

Article Details

Como Citar
SANTOS, R. Da construção do estereótipo de selvagem à representação do indígena brasileiro no livro didático de História. Escritas do Tempo, v. 2, n. 6, p. 58-73, 18 dez. 2020.
Seção
v.2 n.6 (2020) Dossiê História: ensino, livro didático e formação de professores
Biografia do Autor

Roberta Fernandes Santos, Universidade de São Paulo

Graduada em História e Pedagogia. Mestre em História pela PUC-SP (2009). Doutora em História pela PUC-SP (2016). Doutoranda em Educação pela USP.

Referências

Fontes
BOULOS JÚNIOR, Alfredo. Coleção História - sociedade & cidadania. 2ª edição. São Paulo: FTD, 2016.

Bibliografia
AGNOLIN, Adone. Jesuítas e Selvagens: A negociação da fé no encontro catequético-ritual americano-tupi (séc. XVI – XVII). São Paulo: Humanitas, 2007.
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Os índios na história do Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.
BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, O ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
CERTEAU, Michel de. A escrita da história. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2011.
CUPOLILLO, Amparo Vila, MAJEROWICZ, Nídia e SILVA, Rosana Pinto Plasa. Acesso aos cursos de graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro: Análise crítica e comparativa dos processos de seleção e suas capacidades e limites inclusivos e democráticos. In SISS, Ahyas e MONTEIRO, Aloísio Jorge de (orgs.). Educação e debates etnicorraciais. Rio de Janeiro: Quartet, Leafro, 2011, p. 79-96.
DUSSEL, INÉS. A transmissão cultural assediada: metamorfoses da cultura comum na escola. Cadernos de Pesquisa, v.39, nº137, maio/ago. 2009, p. 351-365.
FORQUIN, Jean Claude. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar. Porto Alegre: Artmed, 1993.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. São Paulo: Graal, 2013.
GIUCCI, Guillermo. Viajantes do Maravilhoso: o Novo Mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
KAUSS, Vera. Figurações do indígena: construindo, desconstruindo, reconstruindo a identidade brasileira nos textos literários. In SISS, Ahyas e MONTEIRO, Aloísio Jorge de (orgs.). Educação e debates etnicorraciais. Rio de Janeiro: Quartet, Leafro, 2011, p. 63-78.
LE GOFF. Jacques. Documento / Monumento. Enciclopédia Einaudi, vol. 1, Memória – História. Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1984, p. 95-106.
MONTEIRO, John Manuel. Negros da terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
SILVA, José Cláudio Sooma; LEMOS, Daniel Cavalcanti de Albuquerque. A História da Educação e os desafios de investigar outros presentes: algumas aproximações. In FERREIRA, Marcia Serra; XAVIER, Libania; CARVALHO, Fábio Garcez de. História do Currículo e História da Educação: Interfaces e Diálogos. Rio de Janeiro: Quarter / FAPERJ, 2013, p. 61-85.
SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. In FONSECA, Marcus Vinícius, SILVA, Carolina Mostaro Neves da; FERNANDES, Alexsandra Borges (orgs.). Relações étnico-raciais e educação no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011, p. 11-38.
VIDAL, Diana Gonçalves. Michel de Certeau e a difícil arte de fazer história das práticas. In FARIA FILHO, Luciano Mendes de (org.). Pensadores Sociais e História da Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005, p. 257-284.