Da construção do estereótipo de selvagem à representação do indígena brasileiro no livro didático de História

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v2.i6.2020.5873

Palavras-chave:

Povos Indígenas; História Indígena; Livro didático

Resumo

Este artigo aborda a maneira como se construiu o estereótipo de selvagem, fato responsável por negar aos indígenas seu direito à diferença e apagá-los como sujeitos de nossa história. Aborda também o revisionismo histórico das décadas de 1980 e 1990, destacando a Constituição de 1988 como responsável por recolocar o indígena na história, garantindo sua cidadania e reconhecendo seu direito à diversidade. Mais tarde, numa tentativa de superar estereótipos, foi aprovada a Lei nº 11.645/08, passando a ser obrigatório o ensino de história e cultura indígena nas escolas brasileiras. Nesse sentido, analisaremos uma coleção de livros didáticos para o Ensino Médio produzida em 2016, observando como é representada a cultura indígena nesses livros e verificando, em que medida, os antigos estereótipos estão sendo superados e dando lugar a um novo olhar sobre o indígena brasileiro.

Palavras-chave: Povos indígenas – História indígena – Lei 11.645/08 – Livro didático

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Biografia do Autor

Roberta Fernandes Santos, Universidade de São Paulo

Graduada em História e Pedagogia. Mestre em História pela PUC-SP (2009). Doutora em História pela PUC-SP (2016). Doutoranda em Educação pela USP.

Referências

Fontes
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Publicado

2020-12-18

Como Citar

SANTOS, . F. Da construção do estereótipo de selvagem à representação do indígena brasileiro no livro didático de História. Escritas do Tempo, [S. l.], v. 2, n. 6, p. 58–73, 2020. DOI: 10.47694/issn.2674-7758.v2.i6.2020.5873. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/1347. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

v.2 n.6 (2020) Dossiê História: ensino, livro didático e formação de professores