O tempo estrutural da comunidade de Santa Luzia do Maruanum, Amapá: vivências de temporalidades possíveis
DOI:
https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v2.i7.2021.162191Palavras-chave:
Comunidades tradicionais, Tempo, AmazôniaResumo
O objetivo desta pesquisa é a compreensão de como o tempo social se estrutura em contextos/espaços/temporais cuja organização sociocultural e manifestações simbólicas se esturuturam em valores etnicamente singulares – como é o caso da comunidade Santa Luzia do Maruanum. A justificativa é a evidência de estruturas reais e empíricas de tempos sociais que contestam as concepções universalizadoras presentes nas atuais teorizações eurocêntricas sobre o tempo. Outrossim, a pesquisa sobre o tempo social e seus usos e sentidos tem implicações sobre a compreensão de parte dos sentidos de felicidade e bem-viver comunitário. Epistemologicamente, o estudo aqui proposto funda-se na perspectiva da interculturalidade e da pós-colonialidade. A metodologia empregada foi a etnografia junto à comunidade. Como resultados, identificamos que o tempo social comunitário é feito por um tempo de trabalho, um tempo familiar, um tempo religioso, e um tempo de lazer cotidiano e festivo extracotidiano. O tempo social comunitário é feito também desse ‘tempo escolhido’, dessa autodeterminação, dessa autonomia relativa para decisão sobre o cotidiano.
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