O tempo estrutural da comunidade de Santa Luzia do Maruanum, Amapá: vivências de temporalidades possíveis

Autores

  • David Junior de Souza Silva Universidade Federal do Amapá https://orcid.org/0000-0003-2336-4870
  • Danielle Balieiro dos Santos Universidade Federal do Amapá

DOI:

https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v2.i7.2021.162191

Palavras-chave:

Comunidades tradicionais, Tempo, Amazônia

Resumo

O objetivo desta pesquisa é a compreensão de como o tempo social se estrutura em contextos/espaços/temporais cuja organização sociocultural e manifestações simbólicas se esturuturam em valores etnicamente singulares – como é o caso da comunidade Santa Luzia do Maruanum. A justificativa é a evidência de estruturas reais e empíricas de tempos sociais que contestam as concepções universalizadoras presentes nas atuais teorizações eurocêntricas sobre o tempo. Outrossim, a pesquisa sobre o tempo social e seus usos e sentidos tem implicações sobre a compreensão de parte dos sentidos de felicidade e bem-viver comunitário. Epistemologicamente, o estudo aqui proposto funda-se na perspectiva da interculturalidade e da pós-colonialidade. A metodologia empregada foi a etnografia junto à comunidade. Como resultados, identificamos que o tempo social comunitário é feito por um tempo de trabalho, um tempo familiar, um tempo religioso, e um tempo de lazer cotidiano e festivo extracotidiano. O tempo social comunitário é feito também desse ‘tempo escolhido’, dessa autodeterminação, dessa autonomia relativa para decisão sobre o cotidiano.

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

David Junior de Souza Silva, Universidade Federal do Amapá

Professor Adjunto do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Professor Permanente no Mestrado Profissional em Ensino de História da UNIFAP. Editor-Gerente da Revista PRACS - Revista de Ciências Sociais da Unifap, desde 2019. Pós-Doutorando no Programa de Pós-Graduação em História (Mestrado Acadêmico) da Universidade Federal do Amapá - PPGH/UNIFAP. Doutor em Geografia pelo Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás (IESA/UFG). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). 

Danielle Balieiro dos Santos, Universidade Federal do Amapá

Pós-graduada no curso de Especialização em Estudos Culturais e Políticas Públicas, da Universidade Federal do Amapá. Graduada em bacharelado e licenciatura em Ciências Sociais, pela Universidade Federal do Amapá (2017). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em estudos do trabalho, lazer e ócio.

Referências

ALMEIDA, A. W. B. Terra de quilombo, terras indígenas, “babaçuais livre”, “castanhais do povo”, faixinais e fundos de pasto: terras tradicionalmente ocupadas. 2. ed, Manaus: PGSCA/UFAM, 2008.
AQUINO, C. A. B. O tempo como substancialidade do trabalho: o tempo industrial e o tempo do trabalho. Revista do Labor, Fortaleza, v. 01, n. 01, p. 01–14. 2008.
AQUINO, C. A. B.; MARTINS, J. C. Ócio, lazer e tempo livre na sociedade do consumo e do trabalho. Fortaleza: Rev. Mal-Estar e Subjetividade, v. 07, n. 02, p. 479–500, set.2007.
ARRUTI, J.M. A. A emergência dos "remanescentes": notas para o diálogo entre indígenas e quilombolas. Mana, Rio de Janeiro, v. 03, n. 02, p. 07–38, out. 1997.
BALLESTRIN, L. América Latina e o giro decolonial. Revista Brasileira de Ciência Política, Brasília, n. 11. p. 89–117, mai./ago., 2013.
BOAS, F. Antropologia cultural. Trad. Celso de Castro. 6. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010.
BOURDIEU, P. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
BRANDÃO, C. R.; BORGES, M. C. 2014. O lugar da vida: comunidade e comunidade tradicional. Rev. Campo-Território, v. 09, n. 18, p. 01–23. 2014.
BRANDÃO, C. R.; LEAL, A. Comunidade tradicional: conviver, criar, resistir. Revista da ANPEGE, v. 08, n. 09, p. 73–91, jan./jun. 2012.
BRASIL. Constituição Federal (1988). Constituição da República Federativa do Brasil, edição 35. Brasília, DF: Edições Câmaras, 2012.
CABEZA, M, C. O ócio autotélico. In: MARTINS, J. C. (Org.). Revista do Cento de Pesquisa e Formação, n. 02, p. 10–29. 2016.
CAMARGO, L. O. L. O que é o lazer. São Paulo: Brasiliense, 2008.
CANDAU, V. M. (Org.). Educação intercultural e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 Leras, 2006.
COSTA, A. M. Lazer e sociabilidade: usos e sentidos. Coleção trilhas amazônicas. Belém: Açaí, 2009.
COSTA, C. S.; CUSTÓDIO, E. S. Religião, Cultura e Políticas públicas no Amapá: religiosidade, cerâmica e encantaria na tradição das louceiras do Maruanum. Rev. Eletrônica Correlativo, v. 16, n. 02, dez. 2017.
COSTA, S. Desprovincializando a sociologia: a contribuição pós-colonial. Rev. Bras. Cienc. Soc., São Paulo, v. 21, n. 60, p. 117–134, 2006.
CPISP. Comissão Pró Índio de São Paulo. Santa Luzia do Maruanum I. 2019. Disponível em: <encurtador.com.br/din09>. Acesso em: 10 out. 2019.
CUCHE, Denys. A noção de cultura nas ciências sociais. Bauru: EDUSC, 2012.
DIEGUES, A. C. S. O mito moderno da natureza intocada. São Paulo: Editora Hucitec, 1996.
DIEGUES; A. C. S.; ARRUDA; R. S.V. (Org.). Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil. Brasília: Ministério do Meio Ambiente; São Paulo: USP, 2001.
DUMAZEDIER, J. Sociologia Empírica do lazer. São Paulo: Perspectiva, 1979.
ELIAS, N. Sobre o tempo. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1998.
EVANS-PRITCHARD, E. Os Nuer. São Paulo, Perspectiva, 1978.
FERREIRA, F.C. ‘desde que me entendi’: tecendo saberes e fazeres relativo à louça da comunidade quilombola do Maruanum, Macapá/AP. Dissertação (Mestrado em Antropologia) — Universidade Federal do Pará, 2016.

Downloads

Publicado

2021-04-30

Como Citar

SOUZA SILVA, . J. de; DOS SANTOS, . B. O tempo estrutural da comunidade de Santa Luzia do Maruanum, Amapá: vivências de temporalidades possíveis. Escritas do Tempo, [S. l.], v. 3, n. 7, p. 162–191, 2021. DOI: 10.47694/issn.2674-7758.v2.i7.2021.162191. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/1549. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

v. 3 n. 7 (2021) Dossiê: Amazônia, fronteiras e diversidades