Rastros de resistência

aldeias e quilombos setecentistas nas Matas do Paraibuna, Minas Gerais

Autores

  • Dalila Varela Singulane Universidade Federal de Juiz de Fora

DOI:

https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v6.i16.2024.3966

Palavras-chave:

Quilombo, Juiz de Fora, Microrregião, Século XVIII, Decolonialidade

Resumo

A historiografia de Juiz de Fora e sua microrregião, em Minas Gerais, foi marcada por processos de embranquecimento narrativo, que privilegiaram a agência de coronéis e fazendeiros em detrimento da presença histórica de populações negras e indígenas, sendo estas últimas presentes no território séculos antes da ocupação colonial. Este artigo propõe o resgate dessas presenças, buscando evidenciar suas formas de resistência através da ocupação do território. A pesquisa adota uma perspectiva decolonial e fundamenta-se na análise bibliográfica e no exame de documentos da Seção Colonial do Arquivo Público Mineiro. Ao confrontar as reproduções epistêmicas hegemônicas, o estudo contribui para a reinterpretação da história local a partir dos sujeitos historicamente marginalizados.

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Publicado

2025-05-13

Como Citar

SINGULANE, . V. Rastros de resistência: aldeias e quilombos setecentistas nas Matas do Paraibuna, Minas Gerais. Escritas do Tempo, [S. l.], v. 6, n. 16, p. 39–66, 2025. DOI: 10.47694/issn.2674-7758.v6.i16.2024.3966. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/3098. Acesso em: 21 maio. 2025.