“Que fizeram com meu pai?”: sindicalismo e ditadura no Amazonas

Autores

Palavras-chave:

Ditadura Militar, Amazônia, Biografia, Antogildo Pascoal Viana, Sindicatos

Resumo

A história da Ditadura Militar e seus impactos sobre o estado do Amazonas ainda carecem de estudos. Há uma grande lacuna sobre o período e a disputa pela memória sobre a ditadura está em aberto. Muito ainda há se pesquisar acerca dos impactos da Ditadura Militar sobre a Amazônia e sobre o estado do Amazonas. Existe uma crença generalizada de que a região não sofreu com a repressão, a censura e o autoritarismo. Ledo engano! Desde muito cedo, a região sofreu os impactos da ditadura que se instalava. Embora os impactos da ditadura militar tenham sido sentidos desde os primeiros momentos do golpe, há uma profunda invisibilidade sobre a repressão ocorrida no estado e as formas de resistência. Nesse sentido, nesse artigo pretendo discutir brevemente a trajetória de uma das mais importantes lideranças sindicais amazonenses: Antogildo Pascoal Viana, presidente do sindicato dos estivadores no período da deflagração do golpe e que, em virtude de sua luta em defesa dos trabalhadores e de sua intensa participação nas greves que antecederam o fatídico 31 de março, foi uma das primeiras vítimas do aparato repressivo que se instaurava.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Fontes:
Ato do comando supremo da revolução nº 1, de 10 de abril de 1964. Manaus, 2014.
Comissão Nacional da Verdade. Mortos e desaparecidos políticos / Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014, Vol. III – Mortos e Desaparecidos Políticos.
Jornal do Commercio
Diário da Tarde
A Crítica
O Jornal
https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/ministro-da-educacao-quer-revisao-dos-livros-didaticos-de-historia-sobre-golpe-a-ditadura-militar-23571864
https://seculoxx.ibge.gov.br/images/seculoxx/arquivos_download/populacao/1965/populacao1965aeb_02.pdf

Bibliografia:

ALMEIDA, Luís Gustavo de. Estivadores do Rio de Janeiro: um século de presença na história do movimento operário brasileiro. Rio de Janeiro: Topbooks, 2003.
ALVES, Márcio Moreira. Torturas e torturados. Rio de Janeiro: 1996.
BÈDARIDA, François. Tempo presente e presença da história. In: AMARO, Janaína; FERREIRA, Marieta de Moraes. Usos & abusos da história oral. Rio de Janeiro: FGV, 2001.
BUENO, Bruno Bruziguessi. Os Fundamentos da Doutrina de Segurança Nacional e seu Legado na Constituição do Estado Brasileiro Contemporâneo. Revista Sul-Americana de Ciência Política, v. 2, n. 1, 47-64.
COSTA, Sérgio Amad. O CGT e as lutas sindicais brasileiras (1960-64). São Paulo: Editora do Grêmio Politécnico, 1981.
CUNHA, Maria Cardoso. Violações de direitos humanos dos trabalhadores. In: BRASIL. Comissão Nacional da Verdade. Mortos e desaparecidos políticos / Comissão Nacional da Verdade. Brasília: CNV, 2014, Vol. II – Textos Temáticos.
FAGUNDES, Ailton Laurentino Caris. Do Golpe à Ditadura: a Doutrina de Segurança Nacional e a Construção do Regime Militar. OPSIS, Catalão-GO, v. 14, n. 1, p. 60-78 - jan./jun. 2014.
FICO, Carlos. História do Tempo Presente, eventos traumáticos e documentos sensíveis: o caso brasileiro. Varia história[online]. Belo Horizonte, 2012, vol. 28, nº 47.
FONTES, Edilza. O golpe civil-militar de 1964 no Pará: Imprensa e memórias. OPSIS, Catalão-GO, v. 14, n. 1, p. 340-360, jan./jun. 2014.
GOMES, Eduardo. Projetos desenvolvimentistas na Amazônia e a resistência dos waimiri-atroari (1964-2014). Dissertação de Mestrado em História. PPGH/UFAM, 2015.
HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.
HOBSBAWM, Eric. O Presente como história. In.: HOBSBAWM, Eric. Sobre História. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
JOUTARD, Philippe. Reconciliar história e memória. Revista Escritos: revista da Casa de Rui Barbosa, Rio de Janeiro: Edições Casa de Rui Barbosa, ano 1, n. 1, p. 223, 2007.
LACERDA, Fábio. Pentecostalismo, Eleições e Representação Política no Brasil Contemporâneo. Tese apresentada ao Programa de Ciência Política da Universidade de São Paulo. São Paulo: 2017.
LOUREIRO, Felipe Pereira. Empresários, trabalhadores e grupos de interesse: a política econômica nos governos Jânio Quadros e João Goulart, 1961-1964. Tese de Doutorado, 2012, Programa de Pós Graduação em História Econômica/USP.
LOURENÇO NETO, Sydenham e RAMOS, Vinícius da Silva. História do Tempo Presente, diálogos com a História Pública e com o ensino de História: uma experiência exploratória. Aedos, Porto Alegre: UFRGS, n. 15, v. 6, Jul./Dez. 2014.
MELO, Thiago de. Faz escuro mas eu canto. São Paulo: Global Editora, 2017.
MENDES, Amazonino. Apresentação. In: FIGUEIREDO, Paulo. O Golpe Militar no Amazonas: crônicas e relatos. 2ª ed., Manaus: s/ed., 2014.
MESQUITA, Thiago Broni de. Na fronteira amazônica: Abel Figueiredo e as memórias de uma “ditadura na floresta”. Revista Eletrônica da ANPHLAC, n. 16, p. 155-185, jan./jul. 2014.
NORA, Pierre. O acontecimento e o historiador do presente. In: LE GOFF, Jacques (et al). A nova história. 2. ed. Lisboa: Edições 70, 1989.
OLIVEIRA, João Batista de. O estivador no Sindicalismo. Rio de Janeiro: Alves Pereira Editores, 1999.
PETIT, Pere. O golpe de 1964 e a instauração da ditadura civil-militar no Pará. Est. Hist., Rio de Janeiro, v. 25, n. 49, p. 169-189, janeiro-junho de 2012.
QUEIRÓS, César Augusto Bubolz. O Trabalhismo de Plínio Ramos Coelho e o Golpe de 1964 no Amazonas. Revista Mundos do Trabalho. v. 8, p. 49-65, 2016.
______. Autoritarismo e disputas políticas no Amazonas no contexto do golpe de 1964 In: Utopia e Repressão: 1968 no Brasil. 1 ed., Salvador: Editora Sagga, 2018.
______. O golpe de 1964 no Amazonas e a deposição do governador Plínio Coelho. Antíteses, Londrina, v. 11, n. 22, p. 542-562, jan-jul. 2019.
______. A Casa do Trabalhador do Amazonas: o quartel general dos trabalhadores da terra cabocla (1944-1964). In: SPERANZA, Clarice. História do Trabalho: entre debates, caminhos e encruzilhadas. Jundiaí: Paco Editorial, 2019b.
______. Papagaio que está trocando as penas não fala": Autoritarismo e disputas políticas no Amazonas no contexto do Golpe de 1964. História – UNISINOS. v. 23, n. 1 (2019c): Janeiro/Abril.
______. “Amazônia em Armas”: luta e resistência contra a ditadura militar no Amazonas. Revista Labirinto. v. 31, 2020.
REIS, Arthur. A Amazônia e a Cobiça Internacional. Civilização Brasileira, 1982.
SILVA, Thiago Cedrez da. “Dos porões ao Cais”: Memória e experiência de estivadores do Rio Grande-RS nos anos de 1960 a 1969. Dissertação (Mestrado em História), Pelotas, PPGH/UFPEL, 2016.
VALENTE, Aviz. CGT: antecedentes e protagonistas. Manaus: Travessia, 2005.

Downloads

Publicado

2020-06-30

Como Citar

QUEIRÓS, . A. B. “Que fizeram com meu pai?”: sindicalismo e ditadura no Amazonas. Escritas do Tempo, [S. l.], v. 2, n. 4, p. 183–206, 2020. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/1204. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

v. 2 n. 4 (2020) Dossiê: Biografias e Trajetórias: vidas por escrito