“Que fizeram com meu pai?”: sindicalismo e ditadura no Amazonas

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César Augusto Bubolz Queirós
https://orcid.org/0000-0002-5752-6148

Resumo

A história da Ditadura Militar e seus impactos sobre o estado do Amazonas ainda carecem de estudos. Há uma grande lacuna sobre o período e a disputa pela memória sobre a ditadura está em aberto. Muito ainda há se pesquisar acerca dos impactos da Ditadura Militar sobre a Amazônia e sobre o estado do Amazonas. Existe uma crença generalizada de que a região não sofreu com a repressão, a censura e o autoritarismo. Ledo engano! Desde muito cedo, a região sofreu os impactos da ditadura que se instalava. Embora os impactos da ditadura militar tenham sido sentidos desde os primeiros momentos do golpe, há uma profunda invisibilidade sobre a repressão ocorrida no estado e as formas de resistência. Nesse sentido, nesse artigo pretendo discutir brevemente a trajetória de uma das mais importantes lideranças sindicais amazonenses: Antogildo Pascoal Viana, presidente do sindicato dos estivadores no período da deflagração do golpe e que, em virtude de sua luta em defesa dos trabalhadores e de sua intensa participação nas greves que antecederam o fatídico 31 de março, foi uma das primeiras vítimas do aparato repressivo que se instaurava.

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Como Citar
QUEIRÓS, C. A. “Que fizeram com meu pai?”: sindicalismo e ditadura no Amazonas. Escritas do Tempo, v. 2, n. 4, p. 183-206, 30 jun. 2020.
Seção
v. 2 n. 4 (2020) Dossiê: Biografias e Trajetórias: vidas por escrito

Referências

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Jornal do Commercio
Diário da Tarde
A Crítica
O Jornal
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https://seculoxx.ibge.gov.br/images/seculoxx/arquivos_download/populacao/1965/populacao1965aeb_02.pdf

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