De começos e anexações. Primeiras apropriações de Álvaro Lins em Portugal

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Flávio Weinstein Teixeira
https://orcid.org/0000-0003-4468-7329

Resumo

Interessado em reconstituir as relações e formas mediante as quais se deram as primeiras assimilações de Álvaro Lins em territórios intelectuais e literários portugueses, este artigo resulta de uma pesquisa conduzida em arquivos portugueses – basicamente, imprensa periódica. Este esforço se mostra particularmente pertinente num momento em que, dado o protagonismo de A. Lins em episódio tão importante para a história política recente de Portugal, como foi o caso do asilo concedido ao Gal. Humberto Delgado, em 1959, as novas gerações de historiadores têm esquecido que se tratava, antes de tudo e principalmente, de um escritor e crítico literário. O que se procura aqui entender é como, então, se deu essa primeira anexação de A. Lins ao campo intelectual português? Como foi lido, apreendido, assimilado? Por que meios se tornou conhecido? Que relações foram, a partir daí, tecidas? Que usos, sua obra suscitou?

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Como Citar
TEIXEIRA, F. De começos e anexações. Primeiras apropriações de Álvaro Lins em Portugal. Escritas do Tempo, v. 2, n. 4, p. 62-82, 30 jun. 2020.
Seção
v. 2 n. 4 (2020) Dossiê: Biografias e Trajetórias: vidas por escrito
Biografia do Autor

Flávio Weinstein Teixeira, UFPE

Possui graduação em História pela Universidade Federal de Pernambuco (Licenciatura -1988; Bacharelado-1989), mestrado em História pela Universidade Federal de Pernambuco (1994) e doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2005). Atualmente é professor Associado da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de História, com ênfase em História Cultural/Intelectual, atuando principalmente nos seguintes temas: Recife - anos 1940/70 (política e cultura), modernidade, renovação cultural.

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