Os museus de memória como um conceito em aberto: política de memória simbólica, reparatória e de justiça
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Resumo
Este trabalho procura compreender os museus de memória nos países do Cone Sul como políticas públicas de memória pelas quais os Estados procuram dar visibilidade e reconhecer as violações aos direitos humanos cometidos em seu recente passado não democrático. Em um primeiro momento, se busca delinear os museus de memória como um conceito em aberto, situando-os em uma perspectiva alargada sobre o que é um museu, sobre o patrimônio como aquilo que não é seguro esquecer, e, assim, estabelecendo-os como políticas públicas hibridas. Em um segundo momento, procura-se situar os museus de memória no Cone Sul, que embora sejam diversos em suas epistemologias e trajetórias, bem como, nas opções de expografia e de como lidar com as relações entre memória e história, entre memória e lugar, em suas similitudes estão, sobretudo, a promoção dos direitos humanos e as denúncias das graves violações cometidas pelo Estado. Assim, os museus de memória no Cone Sul podem ser entendidos como centros de polêmica e de questionamento, de busca por informação, de apoio jurídico, de pesquisa histórica e de conservação e preservação documental. São espaços expositivos, mas, também, culturais e educativos, em que a memória partilhada se opõe a uma realidade de apaziguamento e de compulsão à identidade, são, assim, experiências formativas de contradição e de luta contra o esquecimento organizado. Os museus de memória não são a garantia de que tais acontecimentos não voltem a acontecer, mas um comprometimento com o mundo humano e comum.
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