O racismo estrutural e as condições do trabalho análogo à escravidão entre indígenas no Brasil: aspectos históricos e atuais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.47694/issn.2674-7758.v4.i13.2023.95115

Palavras-chave:

Povos indígenas. Racismo estrutural. Trabalho análogo à escravidão

Resumo

O racismo estrutural tem suas raízes no colonialismo e se mantém através da colonialidade do poder por meio da dominação e violência a povos considerados inferiores com base na hierarquia racial eurocêntrica. O mercado de trabalho assalariado brasileiro não absorveu as vítimas dessa estrutura e muitas delas se submetem ou são aliciadas a trabalhos precários, com jornadas exaustivas e sem condições mínimas para viver, como é o caso dos povos indígenas. Neste sentido, este artigo analisa o trabalho análogo à escravidão imposto a indígenas no Brasil a partir da noção de racismo estrutural, realizando um percurso narrativo panorâmico que vai da história do escravizado indígena no Brasil Colônia e Brasil Império à atuação do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) na tutela e escravização do indígena na contemporaneidade, além de localizar o indígena como mão de obra explorada no mercado de trabalho assalariado brasileiro na atualidade. Para tal propósito, examinamos dados históricos e recentes do trabalho análogo à escravidão no Brasil. Entende-se que os povos originários vivem na periferia do capitalismo por consequência do racismo estrutural que atua na divisão racial do trabalho, normalizando o trabalho informal e a exploração da mão de obra desses grupos que, por consequência, acabam sendo excluídos socialmente e juridicamente e terminam enfrentando dificuldades para satisfazer necessidades humanas básicas ou escapar do racismo estrutural constatado historicamente também no mundo do trabalho.

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Biografia do Autor

Patricia Czelusniak, Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS)

Mestranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Licenciada em Filosofia pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR).

Fernando Vojniak, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutor em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professor Associado da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), atuando na graduação em História (UFFS-Campus Chapecó-SC) e no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH-UFFS Campus Erechim-RS). Tem experiência na área de História Moderna e Contemporânea, principalmente nos seguintes temas: cultura escrita, história intelectual e pesquisa em história. 

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Publicado

2024-02-03

Como Citar

CZELUSNIAK, .; VOJNIAK, . O racismo estrutural e as condições do trabalho análogo à escravidão entre indígenas no Brasil: aspectos históricos e atuais. Escritas do Tempo, [S. l.], v. 5, n. 13, p. 95–115, 2024. DOI: 10.47694/issn.2674-7758.v4.i13.2023.95115. Disponível em: https://periodicos.unifesspa.edu.br/index.php/escritasdotempo/article/view/2231. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

v. 5 n. 13 (2023) Dossiê: O trabalho escravo contemporâneo