EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DE ALUNOS SURDOS: UM FOCO NA TRADUÇÃO
Resumo
No século XXI, os debates no campo educacional estão diretamente ligados às temáticas relacionadas às pessoas com necessidades educacionais especiais. E se levarmos em consideração as políticas públicas atuais e entre outras coisas, a proposta inclusiva aponta para uma escola que acolha a todos em suas diferenças. “Educação para Todos”, “Educar na Diversidade”, “Respeito à diferença” são algumas das ideias que constantemente são debatidas em sociedade.
No campo da Educação Matemática, tem sido constante o debate sobre esse poder dar conta de além de poder resolver os problemas históricos que cercam o ensino da disciplina matemática, também poder oferecer um melhor aprendizado para as pessoas com deficiência. Surge aí a tendência nominada educação matemática inclusiva.
Stainback; Stainback (1999) destacam que a promoção de ambientes educacionais flexíveis e sensíveis às necessidades singulares de todo aluno não é uma tarefa fácil no âmbito da educação tradicional, haja vista que para muitos educadores é difícil de se desprender de suas práticas que muitas vezes não se atentam para as pessoas com deficiência. Fleury (2006, p.509) por sua vez disserta que para o educador que atua com alunos especiais “torna-se necessário desenvolver novas estratégias de comunicação, múltiplas linguagens e técnicas didáticas”. A dificuldade apresentada por crianças com deficiência nas escolas regulares tem que ser compreendida pelos profissionais da educação, ou seja, a escola não pode ignorar tais reclamações. Precisa efetivar a prática do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
Diante do exposto e tomando como referência que o professor de matemática que está sendo formado nos cursos de graduação precisa estar sensível e buscar a preparação para o cenário inclusivo, se atentando para as especificidades das pessoas com deficiência, no caso específico desta proposta para os alunos surdos, o projeto que foi executado teve como objetivo de investigar as influências do uso do modelo referencial da linguagem pelos alunos surdos no aprendizado da matemática.
A escolha pelo modelo referencial da linguagem nos aspectos da tradução se devem pelo fato de que a partir de leituras da filosofia de Wittgenstein (1993; 1979), vemos que muito do ensino de matemática para surdos passa pela referencialidade, derivando da tradução conhecida como “palavra por palavra”.