v. 3 n. 9 (2021): Dossiê: Inquisição, 200 anos depois de seu fim: o que era, o que ficou e o quanto somos fruto dela?,
Em 2021, celebram-se os 200 anos do fim da Inquisição portuguesa, como um dos desdobramentos da Revolução Liberal do Porto. Durante os seus 385 anos de funcionamento, o Tribunal do Santo Ofício de Portugal, esteve estruturado em quatro sedes (Lisboa, Coimbra, Évora e Goa, esta última, a única estabelecida fora dos limites metropolitanos) e moldou suas ações na busca pela pureza da fé católica, única religião permitida nos domínios portugueses. Neste dossiê, propomos analisar a ação do Tribunal da Inquisição português, seus agentes e perseguidos, bem como o seu impacto sobre o mundo em que vivemos, buscando enxergar e entender os sintomas e resquícios da ação inquisitorial sobre questões da realidade atual.
Pretendemos que esta edição da Escritas do Tempo seja um convite aos interessados nas análises sobre tribunais eclesiásticos e perseguições religiosas a refletirem acerca destes assuntos, bem como uma oportunidade de reunir pesquisadores em diversos momentos de suas pesquisas, sejam historiadores renomados, que ficariam como cabeças-de-frente do dossiê, sejam novas gerações de estudiosos, congregando um vasto e variado rol de possibilidades e visões sobre o tema. Afinal, datas celebrativas como esta – duzentos anos depois da extinção do Santo Ofício – são fundamentais para que os debates sejam revisitados e colocados em destaque.